Nem todos enxergam a ilusão desta imagem — e cientistas querem saber o porquê


Olhe atentamente para a imagem acima. É mais provável que você veja um buraco negro se expandindo no centro e tomando conta da região com bolinhas. Isso porque, segundo um novo estudo, aproximadamente 86% das pessoas enxergam essa intrigante ilusão de ótica, que é nova para a ciência.

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'Buraco em expansão' é ilusão nova para a ciência, que leva as pupilas do olho humano a dilatar  (Foto: Laeng, Nabil, and Kitaoka)

A imagem foi analisada em artigo publicado na última segunda-feira (30) no jornal Frontiers in Human Neuroscience. Mas os cientistas ainda não sabem por que uma minoria dos seres humanos simplesmente não enxerga tal efeito ilusório. Tampouco sabem se outras espécies de vertebrados ou invertebrados, como os polvos, podem perceber a mesma ilusão.

Para entender melhor a artimanha, os pesquisadores investigaram como a cor dos pontinhos e do buraco afeta a intensidade da ilusão. Além de preto, eles testaram versões desse buraco em azul, ciano, verde, magenta, vermelho, amarelo e branco.

Primeiro, os pesquisadores apresentaram variações da imagem para 50 participantes com visão normal, pedindo-lhes que avaliassem a força com que percebiam o efeito. Enquanto as pessoas olhavam para o desenho, seus movimentos oculares foram medidos, incluindo contrição e dilatação das pupilas. Para comparação, outro grupo visualizou versões "embaralhadas" da imagem, com quantidade de luz e cores iguais, mas sem nenhum padrão.

Quando o buraco era preto, a ilusão não embaralhada parecia mais eficaz, porém 14% dos participantes não a percebia. Já se esse objeto era colorido, a porcentagem dos que não enxergavam o efeito ilusório subia para 20%.

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Mas, entre todos que perceberam a ilusão, sua forma apresentava diferenças. Os desenhos negros promoviam fortes dilatações nas pupilas, enquanto as versões coloridas geravam contrações nessa parte do olho. Para ambas as situações, quanto mais intensa era a ilusão, mais o diâmetro da pupila tendia a mudar.

Segundo Bruno Laeng, professor do Departamento de Psicologia da Universidade de Oslo, na Noruega, e primeiro autor do estudo, a pupila reage à forma como percebemos a luz  — mesmo que essa "luz" seja imaginária e fruto de uma percepção ilusória. “A ilusão do buraco negro em expansão provoca uma dilatação correspondente da pupila, como aconteceria se a escuridão realmente aumentasse", explica Laeng, em comunicado.



Para o especialista, a imagem em questão engana o cérebro, que solicita um reflexo das pupilas. “A mancha circular ou gradiente de sombra do buraco negro central evoca uma impressão marcada de fluxo ótico, como se o observador estivesse se dirigindo para um buraco ou túnel", o pesquisador descreve.

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fonte: https://revistagalileu.globo.com/